A renúncia de um ministro nesta segunda-feira em meio a um julgamento de peculato representou um golpe duro no primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que enfrenta um dos períodos mais difíceis dos dois anos de seu atual mandado.
A demissão de Aldo Brancher, ex-executivo do império midiático Fininvest de Berlusconi e nomeado "ministro do federalismo" da noite para o dia no mês passado, foi anunciada em uma corte de Milão durante audiência sobre peculato na aquisição de um banco.
"Estou anunciando minha decisão irrevogável de renunciar como ministro de governo", disse Brancher, acrescentando que deseja evitar que o caso seja "instrumentalizado" por adversários do governo.
Sua saída ocorre em um momento em que Berlusconi luta com sua popularidade em queda, um conflito aberto com os aliados de sua coalizão de centro-direita e ampla rejeição a um pacote de austeridade fiscal de 25 bilhões de euros (33,54 bilhões de dólares) que pretende blindar as finanças públicas da Itália.
Berlusconi expressou apoio a Brancher e disse em um comunicado que aceita sua demissão, que afirmou ter sido oferecida para evitar "uma polêmica injusta".
A saída de Brancher, que se segue à demissão em maio do ministro da Indústria, Claudio Scajola, por causa de um negócio imobiliário suspeito, vem na esteira de uma enxurrada de críticas por sua indicação repentina em 18 de junho e seu subsequente pedido de imunidade de processos por conta de sua nova função.
Mas seu gesto anula a ameaça de um voto de confiança ao ministro, que a oposição solicitou para quinta-feira motivada pelo caso e que poderia desencadear uma reação de descontentamento com o governo.
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