Começa hoje
A greve de ônibus voltou. Previna-se!
De táxi, van, bicicleta ou, até mesmo, a pé. Vale tudo para conseguir driblar a greve de motoristas de ônibus
Viviane Gonçalves - 12/08/2010 02:00
Hoje é dia de buscar alternativas para conseguir chegar até o destino final. Vale tudo para driblar o retorno da greve de motoristas e cobradores. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Ceará (Sintro), a paralisação começa hoje e não tem data para terminar. A previsão é de que apenas 30% da frota saia às ruas. De acordo com o assessor do Sintro, Valdir Pereira, a logística para a nova greve ainda está sendo estudada. “Garantimos que a lei será cumprida”, disse.
Para o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), os critérios adotados por ordem judicial na última greve devem permanecer. Por exemplo, a circulação de pelo menos 70% da frota de ônibus nos horários de pico ou a multa de R$ 50 mil pelo descumprimento. “A liminar foi deferida em relação à data base e continua em pleno vigor até que a situação seja resolvida”, explica o advogado do Sindiônibus, Cleto Gomes. Ele ressalta ainda que o funcionário que não comparecer ao trabalho está sujeito ao desconto no salário e fica sujeito à demissão por justa causa. “Vamos tentar valer a lei e ordem judicial”, informa.
O impasse sobre o reajuste salarial continua. O Sintro pede 15% e o Sindiônibus permanece com a proposta de 5,5%. Enquanto isso, os passageiros são os mais prejudicados. Outros meios de transporte acabam ganhando a preferência dos usuários de ônibus. Pode ser mototáxi, topic, bicicleta, táxi ou a pé.
A estudante Andressa Alves, 17, não deixa de sair de casa em período de greve, mas precisa adotar algumas estratégias para chegar ao local que precisa. Com a falta de ônibus, o caminho ao colégio passa a ser feito a pé. Para ir ao Centro, a melhor opção é seguir de topic. E nos dias que tem aula no curso de inglês, só dá para ir de táxi. “Nós somos os mais prejudicados. Quando os ônibus estão em greve os gastos multiplicam de R$ 4 para R$ 15 por dia”, conta.
A auxiliar de cozinha Janaina Lima, 25, reúne as colegas de trabalho que moram no mesmo bairro e freta um veículo. “Essa é a única forma que encontrei para não chegar atrasada”. O receio de não conseguir ônibus muda até o visual. A dona de casa Elisabeth Vieira, 57, deixa de lado o salto alto e aposta em um calçado mais confortável. “Fico me deslocando a pé. Acho perigoso depender de ônibus e as vans estão sempre lotadas”.
A diretora da Cooperativa dos Transportadores Autônomos de Passageiros do Estado do Ceará (Cootraps), Jaqueline Coelho, afirma que o intervalo entre a saída das vans é reduzido para suprir a nova demanda. “Nos casos mais extremos, as vans chegam a circular sem intervalo”.
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